A QUALIDADE DA ARQUITETURA NÃO DEPENDE DA QUANTIDADE DE LUXO

Ao contrário do que se imagina muitas vezes, a arquitetura não está diretamente associada ao luxo e à ostentação.

A boa arquitetura pode ter ou não ter luxo

Essa impressão surge porque existe um tipo de arquitetura que visa acima de tudo causar impacto visual, ousando nas formas e nos gastos com material. Nesse tipo de projeto os móveis precisam ter design reconhecido, as paredes precisam estar forradas com painéis e materiais sofisticados. Esse tipo de arquitetura é comum e bastante valorizado, mas é uma questão de status e não necessariamente de qualidade. Os materiais têm sim boa resistência, e os ambientes podem ficar bem confortáveis. Mas eles também poderiam ter tudo isso sem necessariamente ter o mesmo grau de investimento.

A arquitetura em si é inteligência aplicada ao planejamento dos espaços. Ela pode então ser usada para criar luxo ou não. Isso é secundário.  O que importa acima de tudo é criar harmonia e bem-estar. E isso se faz com soluções que gerem funcionalidade, bom desempenho e também sensação agradável. Precisa existir uma circulação adequada, facilidade de acesso aos objetos, ventilação e iluminação suficientes, e também um visual agradável.

Estética não é luxo

Ao falar de aparência, é fácil confundir a ideia novamente com a existência de luxo. Mas é possível ter harmonia estética sem necessariamente envolver materiais e soluções onerosas. Isso porque o que faz um espaço ou construção ser agradável aos olhos é o equilíbrio, e não a quantidade de materiais ou o preço das soluções utilizadas.

A disposição dos objetos, a forma do ambiente, as cores e a iluminação geram efeitos diversos na nossa percepção visual e também psicológica. A manipulação sensível e criativa desses elementos é então o que cria aquilo que se pode chamar de harmonia visual. Independente do valor investido.

O desafio de criar harmonia com simplicidade

A arquitetura do tipo ostentação é muito comum por dois motivos. Um é a valorização do status dos espaços e construções, que é algo desejado por muitos. E isso não precisa ser visto como algo errado, é apenas uma opção. Só não deve ser visto como sinônimo de bom planejamento dos espaços.

O segundo motivo para se usar soluções mais caras em grande parte dos projetos de arquitetura é que é mais fácil. Muitos materiais mais nobres causam impacto agradável só por existirem nos ambientes, estejam onde estiverem. E, principalmente, se puder ser gasto o valor que se quiser na decoração ou na construção, a liberdade para criar é muito maior. Podem ser usados os materiais que se quiser, onde quiser, na quantidade que se quiser. Quando existem limitações financeiras existe um desafio, pois é preciso inventar soluções igualmente eficientes dentro de um hall de possibilidades menor. A boa arquitetura, no sentido de ser inteligente e criativa, se torna ainda mais necessária nessas situações.

Dependendo da forma que se vê, então, essa criatividade pode ser até mais preciosa do que qualquer valor material. E é o que define a qualidade da arquitetura em si, seja ela luxuosa ou não.

(Ver também: “Casa com Arquitetura Econômica e Eficiente“)

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